Progesterona

Dr. Marco Botelho, MSc, Phd      domingo, 30 de junho de 2019

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- Doutor Marco Botelho, a cada ano que passa fica mais difícil perder peso. Por que isso acontece?
 
Poderíamos dizer que essa é a “pergunta que vale pelo menos, um milhão de dólares” se levarmos em conta os tantos questionamentos sobre como emagrecer que as pessoas se fazem cotidianamente.

As mulheres e os homens continuam a ganhar peso mesmo com tantos programas para emagrecimento e todos os tratamentos possíveis.

Vale nos perguntarmos por que isso ocorre se muitas vezes diminuímos a ingestão calórica e até fazem os exercícios físicos.

É simples: ao se entender um pouco de fisiologia, pode-se ver que existem alguns hormônios que são responsáveis por mobilizar a queima da gordura como energia.

Um desses principais hormônios se chama progesterona (um esteroide com 21 átomos de carbono e duas funções cetona), que por ter sido identificado em mulheres grávidas em níveis elevados, recebeu seu nome (progesterona: Pro = para, gest = gestação e ona = cetona).

Sua produção nas mulheres, por exemplo, ocorre nos ovários e nas glândulas suprarrenais, por isso é mais conhecido popularmente como hormônio feminino.

A progesterona é um dos hormônios mais importantes para a mulher, que infelizmente perde os seus benefícios toda vez que faz uso de anticoncepcional.

Como esse hormônio está diretamente relacionado com a função tireoidiana, os sintomas mais comuns do seu declínio são queda de cabelo, dores de cabeça, insônia, ansiedade, irritabilidade, depressão, irregularidade do ciclo menstrual, envelhecimento da pele.

Outro fato também ocorre: quando as mulheres fazem uso de anticoncepcionais, começam a notar que o seu corpo incha, porque perdem progesterona, que é o seu melhor diurético.

A tireoide, portanto, está diretamente relacionada com a queima de gordura e principalmente com a taxa do metabolismo basal, ou seja, sem progesterona, a tireoide não funciona, o que ocasiona dificuldade de perder gordura corporal, frieza nas mãos e provável frigidez já que a mulher perde interesse em manter relações sexuais.

Minha mãe teve câncer pela quantidade de medicamentos que tomou durante sua vida inteira, através de um diagnóstico médico completamente absurdo (Epilepsia Neuromotora), um completo absurdo!!

Voltou a ter saúde com a reposição hormonal bioidêntica nanoestruturada.

Fora isso, muitas mulheres têm o desejo de ser mães e não conseguem engravidar, pois seu organismo não produz níveis suficientes de progesterona.

E, quando conseguem, os baixos níveis podem determinar gravidez ectópica (fora do útero), ou o útero pode não ser capaz de segurar o bebê até o final de sua formação e resultar em aborto espontâneo. 

Isso significa que a progesterona é indispensável na fase de preparação do endométrio para receber o embrião, primeiro por criar no útero um ambiente favorável à implantação do embrião capaz de permitir seu desenvolvimento até o nascimento e segundo por possibilitar ao feto metabolizá-la a partir da placenta para produzir hormônios esteroides nas glândulas supra renais, fundamentais para a sua formação.

Além disso, progesterona tem efeito relaxante sobre a musculatura da mãe (o que permite o crescimento uterino) e promove analgesia, importante durante o trabalho de parto.

Por fim, por causa do maior nível sérico desse hormônio no corpo feminino, pode-se dizer que as mulheres são mais resistentes à dor do que os homens.

Em um estudo desenvolvido durante o meu projeto de doutorado na Unifesp, defendi que a reposição de progesterona em mulheres na menopausa era fundamental.

Apesar das evidências demonstradas, o trabalho recebeu o que se pôde chamar de "festival de críticas".

Ou seja, muitas pessoas questionavam o porquê de dar progesterona para a mulher na menopausa se ela não iria mais "gestar".

Contudo, o que defendemos é que esse hormônio não está presente e tampouco tem importância somente durante o período gestacional, ou seja, em todas as fases da vida da  mulher, ele é imprescindível para manter o seu equilíbrio, assim como ocorre também com os homens (sim, o homem produz e precisa repor progesterona assim como a mulher produz e precisa repor testosterona, cada um em suas particularidades físico-químicas).

Nos homens, por exemplo, a progesterona é produzida pelas glândulas suprarrenais e vesículas seminais nos testículos e tem a função de evitar que o organismo converta a testosterona em DHT (diidrotestosterona), pois inibe a ação da enzima 5-alfa-reductase.

Sendo assim, esse hormônio, juntamente com a testosterona, protege a próstata.

Por isso, a progesterona deve sim ser reposta tanto como prevenção quanto como tratamento das patologias prostáticas, inclusive o câncer.

A progesterona é um neuroesteroide, isto é, também está presente no nosso cérebro.

Isso quer dizer que praticamente toda nossa comunicação depende da progesterona.

Quando ficamos mais velhos e perdemos gradativamente a audição, por exemplo, significa que estamos com baixos níveis de progesterona, na medida em que as ondas sonoras, que são traduzidas em impulsos elétricos graças a esse hormônio, deixam de ser percebidas pelo cérebro.

Quando nossos níveis de progesterona baixam, também perdemos a memória e a velocidade de raciocínio, porque ela está diretamente relacionada com a nossa memória, a qual depende da mielinização.

A velocidade de pensamento depende da mielinização, a audição e a visão dependem dos estímulos elétricos, e todos eles são conduzidos pela bainha de mielina.

E quem faz essa bainha de mielina é a progesterona.

Logo, quando se deseja ter boa memória, visão clara e boa audição não se devem inibir a produção de progesterona.

Outro detalhe que se pode observar em algumas mulheres magras é que, apesar de comerem muito, não engordam devido à predominância de progesterona.

Já as mulheres sem ou com pouca progesterona, além de não conseguirem perder peso e de engordarem muito fácil, sangram muito durante a menstruação.

Por isso, muitas mulheres não querem menstruar e tomam anticoncepcionais sem interrupção, porque, além de sangramento excessivo, sentem dores e cólicas intensas.

Esse forte desconforto físico ocorre porque uma parede completa do epitélio do útero está sendo destruída e se transformando em sangue.

No entanto, para isso ocorrer, é liberada uma grande quantidade de prostaglandina, o que amplifica a dor, pois, para aumentar seus níveis e produzir esse processo, necessariamente a progesterona tem de diminuir.

Outro aspecto a se considerar é que estudos demonstram os efeitos benéficos da progesterona no controle da pressão arterial.

Fisiologicamente, a ação anti-hipertensiva desse hormônio decorre de sua ação vasodilatadora, periférica e central, na medida em que realiza um importante efeito sobre a regulação da temperatura corporal: tende a promover a conservação de calor e temperaturas corporais mais elevadas (CHARKOUDIAN, 2017).

Precisamos entender também a cadeia de eventos da produção de progesterona, que começa com a produção de colesterol, que todo mundo quer baixar.

Muitos veganos e vegetarianos defendem hábitos alimentares que priorizem apenas o consumo de plantas, as quais tem fitoesterois capazes de reduzir o colesterol, o que não é bom, pois competem com a absorção do colesterol.

Na prática clínica cotidiana, sempre se vê isso em exames de pessoas que são vegetarianas e/ou veganas.

O resultado dos seus exames indica que passam a não produzir a quantidade ideal de hormônios fundamentais para a vida, principalmente a progesterona e a testosterona.

O que estamos tentando dizer com essa referência a habitos alimentares de veganos e vegetarianos é que, a partir do momento em que se começa a entender as quedas na produção hormonal, também se vai perceber que nossa dieta está totalmente relacionada à produção de hormônios.

Hipócrates, o pai da Medicina, afirmava que na vida existem duas coisas: a opinião e a ciência.

Ou seja, todos têm o direito de discordar dos posicionamentos apresentados neste livro, porque o poder de se posicionar é construído a partir de opiniões.

Entretanto, a ciência evidencia, por meio de sérios estudos, que as pessoas que comem verduras têm menor quantidade de colesterol.

Essas evidências não são opiniões, são resultados de anos de pesquisas acadêmicas, isto é, não há como negá-las, ainda mais quando se descobre o grande erro que é preconizar baixos níveis de colesterol.

Ou seja, não se pode admitir que o colesterol baixo é saudável para o ser humano, porque somente a partir dele temos a condição de produzir outros hormônios, inclusive progesterona.

E isso não é uma opinião: é um fato científico.

Mais uma questão importante a se prestar atenção é a dos cuidados com a pele, o que pode ser proporcionado pela progesterona, já que esse hormônio está diretamente relacionado com o ácido hialurônico.

Então, isso significa que as pessoas que fazem reposição de ácido hialurônico ficam mais jovens, porque se aumenta a quantidade de receptores nas células da camada granulosa.

Ou seja, o ácido hialurônico nada mais é do que uma "cola" que consegue fazer a ligação entre o colágeno e os hormônios.

Além de apresentar mais esse benefício, a progesterona inibe a ação da colagenase, principal responsável pela degradação do colágeno e da formação de rugas.

A progesterona bioidêntica apresenta ainda mais potencialidades: é eficaz também no tratamento da alopecia e da acne.

Mas aos 15 anos a mãe leva afilha ao ginecologista e este prescreve anticoncepcional para tratar as espinhas.

Colocam dentro da mulher um DIU que passa a liberar um composto que é análogo à progesterona. 

É uma quantidade tão grande de hormônios não bioidênticos que o corpo passa a não produzir mais os hormônios endógenos essenciais para a vida.

E com isso a mulher acaba tendo queda de cabelo, sobrevém as hiperpigmentações cutâneas como o melasma, por exemplo, e muitas vezes ocorre piora no quadro da acne, além de câncer de mama, câncer de útero.

É necessário que se entenda o seguinte: a partir do momento em que as pessoas passam a fazer uso de anticoncepcionais, anti-hipertensivos, antidepressivos, apresentam a queda dos seus hormônios.

O acetato de medroxiprogesterona é comumente utilizado em contraceptivos hormonais e para tratar endometriose.

Por ser molecularmente diferente da progesterona endógena, não trata, apenas agrava o quadro, causando inúmeros efeitos colaterais, dentre eles ganho de peso, depressão, insônia, distúrbios tromboembólicos, câncer de mama etc.  

O corpo produz hormônios quando dormimos.

Agora, quando se toma um medicamento para dormir, não se atinge a fase de produção de produção de hormônios, que é a fase quatro do sono.

Não tendo hormônios, é possível que se inicie um ciclo de desconfortos: dor, poliartralgia, fadiga, cansaço.

Além de todos esses prejuízos, como a progesterona regula o sono e promove relaxamento, não viver com níveis adequados significa que não somos mais tão capazes de reter informação, porque o sono prejudicado (em qualquer faixa etária) não permite que o corpo descanse e faça posteriormente as conexões necessárias para ativar nossa memória.

Mesmo que esta teoria receba críticas e sofra com as constantes desconfianças, as pessoas que tem buscado essa alternativa de vida tem se sentido muito melhor do que as que utilizam medicamentos, porque esta pesquisa, baseada em anos de trabalho duro, conseguiu demonstrar a importância da reposição hormonal para o bem-estar das pessoas e para sua longevidade.

Contudo, faz-se necessário ressaltar que não se deve fazer reposição hormonal se não for bioidêntica ou se for por via oral, porque tudo que passa pelo trato gastrointestinal prejudica o estômago e sobrecarrega o fígado.

Por isso, caso se opte pela reposição, sempre se devem buscar as formas mais seguras de fazê-lo, o que, com certeza, passa pela reposição transdérmica, bioidêntica e nanoestruturada.


Autor:

Dr. Marco Botelho, M.Sc, Ph.D, criador da técnica de reposição hormonal transdérmica com nanopartículas e um dos autores que publicou artigos clínicos de longa duração sobre o uso de hormônios transdérmicos bioidênticos nanoestruturados. É pesquisador nos maiores centros do mundo, como nas Universidades de Michigan, Sorbonne, Paris e Sassari na Itália. É Professor Visitante da Universidade Paris-SORBONNE (Paris VII). Professor/Pesquisador Visitante da Universitá Degli Studi de Sassari; Consultor AD HOC do CNPq, do MEC, Rede BIONORTE e FAPESP.

​Membro Titular da Câmara de Assessoramento Técnico-Científico na área de Ciências Médicas e da Saúde (FUNCAP). Possui Doutorado em Medicina (Ciências Médicas) pela Universidade Federal do Ceará (2007); Possui Mestrado em Medicina (Saúde Pública) (EPIDEMIOLOGIA / UFC), Pós-Doutorado em Ortodontia (University of Michigan - Orientador Dr. James McNamara). É Mestre em Odontologia (Ortodontia),Possui experiência na área de Estudos com Modelos Experimentais, Ensaios Clínicos Duplo-Cego, Fitoterápicos, Biofármacos com Nanotecnologia e análise Estatística em Estudos Epidemiológicos.


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