Hormônio Ocitocina
Dr. Marco Botelho, MSc, Phd domingo, 30 de junho de 2019
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- Será que todos conhecem ou já ouviram falar do "hormônio do amor"? Além de promover afeição entre as pessoas, quais funções psicológicas e fisiológicas esse hormônio desempenha no nosso organismo?
A ocitocina ou oxitocina é um hormônio produzido pelo hipotálamo e armazenado na neurohipófise (hipófise posterior) de onde é liberado para a corrente sanguínea.
Ele apresenta ação periférica e cerebral, e seus receptores são encontrados em células em todo o corpo e demandam de colesterol para o seu bom funcionamento.
A ocitocina na mulher desempenha um importante papel nas funções reprodutivas, desde a atividade sexual até a amamentação.
Além disso, esse hormônio é um dos responsáveis pela atração entre os parceiros, porque seus níveis elevados promovem aumento da líbido, da lubrificação e do tônus vaginal e intensificam o orgasmo.
Suas concentrações plasmáticas durante o orgasmo, tanto feminino como masculino, são significativamente aumentadas, e as contrações musculares do orgasmo acabam facilitando o transporte de espermatozoides nos homens e do óvulo nas mulheres (LEE, 2009).
No trabalho de parto, para continuar exemplificando a importância desse elemento, é o momento em que mais ocorre a liberação de ocitocina no corpo, porque esse hormônio é o responsável por promover as contrações musculares uterinas, o que provoca a dilatação do colo uterino e a descida do bebê no canal pélvico.
Ademais, ela é importante também no controle de hemorragias pós-parto por reduzir o sangramento ao promover a contração uterina.
Durante a amamentação, o movimento de sucção estimula uma maior produção de ocitocina e promove a mais rápida saída do leite materno e uma consequente maior produção, o que estreita os laços afetivos entre a mãe e o bebê.
Nas mulheres que amamentam e consequentemente têm uma maior produção de ocitocina, as contrações musculares permitem que o útero volte ao tamanho normal mais rapidamente.
Nos homens, por outro lado, a ocitocina aumenta a sensibilidade do pênis durante a relação sexual, melhora a ejaculação pela contração das vesículas seminais e próstata e aumenta a frequência das ereções (GIMPL; FAHRENHOLZ, 2010).
Ela auxilia também no tratamento da anorgasmia (dificuldade de atingir o orgasmo), melhora a qualidade da ejaculação e promove relaxamento muscular após o ato sexual.
Isso tudo é muito relevante porque o aumento dos níveis de ocitocina após o orgasmo desenvolve, em geral, uma maior afetividade entre os parceiros.
Além dessas questões, a ocitocina também é capaz de estimular a produção de hormônio do crescimento e de testosterona e de reduzir a produção de cortisol.
Isso significa que ela reduz o estresse, melhora o humor e pode auxiliar no tratamento de pessoas com depressão e transtornos de ansiedade.
Ou seja, esse hormônio é extremamente positivo ao corpo humano porque, além de tudo, ajuda na prevenção de infarto, controla a pressão arterial e a vasodilatação das artérias.
O "hormônio do amor" protege o nosso coração.
Um dos maiores ganhos na área da saúde humana, em relação à possibilidade de auxiliar alguém com um problema social grave, é o auxilio que a ocitocina proporciona, durante e depois do tratamento, na redução da dependência de drogas.
A tolerância e dependência às drogas como cocaína e álcool, por exemplo, envolvem mecanismos neuroadaptativos.
Os neuropeptídeos como a ocitocina inibem a tolerância a essas drogas e ajudam a reduzir os sintomas da abstinência.
Isso tudo ocorre devido aos seus efeitos de neuroadaptação e aos efeitos modulatórios sobre a tolerância e dependência química, atuando como um "antídoto" para o desejo e amenizando a vontade do consumo das drogas (SARNYAI, 1998; BETKAELAL, 2018).
Gostaríamos ainda de ressaltar que pessoas com autismo podem se beneficiar com o uso de ocitocina, já que os níveis desse hormônio costumam ser menores em pessoas com autismo devido a níveis baixos de seus receptores nas células.
Diversos estudos mostram uma significativa melhora na capacidade dos autistas de interagirem com outras pessoas após o uso de ocitocina, pois essa substância reduz o medo, melhora a cognição, diminui os movimentos repetitivos, melhora a capacidade de comunicação e a relação social.
Portanto, regiões cerebrais associadas à recompensa e ao reconhecimento das emoções respondem melhor em crianças que fizeram uso desse hormônio.
Por fim, indivíduos com outros transtornos psiquiátricos, como síndrome do Pânico e esquizofrenia, também podem se beneficiar desse hormônio (JACOBSON, 2014).
Ou seja, não há motivos razoáveis, diante de tantos benefícios, para não se fazer uso da modulação hormonal bioidêntica nanoestruturada.
Autor:
Dr. Marco Botelho, M.Sc, Ph.D, criador da técnica de reposição hormonal transdérmica com nanopartículas e um dos autores que publicou artigos clínicos de longa duração sobre o uso de hormônios transdérmicos bioidênticos nanoestruturados. É pesquisador nos maiores centros do mundo, como nas Universidades de Michigan, Sorbonne, Paris e Sassari na Itália. É Professor Visitante da Universidade Paris-SORBONNE (Paris VII). Professor/Pesquisador Visitante da Universitá Degli Studi de Sassari; Consultor AD HOC do CNPq, do MEC, Rede BIONORTE e FAPESP.
Membro Titular da Câmara de Assessoramento Técnico-Científico na área de Ciências Médicas e da Saúde (FUNCAP). Possui Doutorado em Medicina (Ciências Médicas) pela Universidade Federal do Ceará (2007); Possui Mestrado em Medicina (Saúde Pública) (EPIDEMIOLOGIA / UFC), Pós-Doutorado em Ortodontia (University of Michigan - Orientador Dr. James McNamara). É Mestre em Odontologia (Ortodontia),Possui experiência na área de Estudos com Modelos Experimentais, Ensaios Clínicos Duplo-Cego, Fitoterápicos, Biofármacos com Nanotecnologia e análise Estatística em Estudos Epidemiológicos.
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