Harmonização Hormonal desde a Maternidade

Dra. Melissa Senedin      terça-feira, 6 de agosto de 2019

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Desde o primeiro dia de vida nos preocupamos com o sono do bebê, pois queremos que ele poupe energia, para o crescimento e desenvolvimento do sistema imunológico, endócrino, neurológico. Os colocamos para dormir em ambientes com claridade durante o dia e no escuro durante a noite, aí começa a Harmonização Hormonal de um ser humano mas, por quê?

No centro do cérebro, existe uma glândula chamada pineal, que é uma estrutura do tamanho de uma semente de laranja. O filósofo francês René Descartes (1596-1650) considerava a morada da alma, e os hindus, a sede de um dos chacras mais importantes do corpo. É nela, que se produz a melatonina, chamada: o "hormônio da noite". Esta substância aparece em todos os seres vivos, incluindo as plantas, quando dormimos restauramos nossos tecidos, ajuda a fortalecer a capacidade do organismo para combater infecções, manter-se saudável, principalmente em situações de estresse, ganhamos massa muscular, não podemos esquecer, o descanso do sistema muscular e de toda nossa mente, além de regular o momento de dormir e acordar (ciclo circadiano) ela é um antioxidante poderoso e combate os radicais livres que agridem o organismo.

O nosso desempenho físico e mental é ligado ao sono e dessa forma, o nosso corpo responde de maneira negativa a privação do sono, principalmente no que se refere a questão do desempenho físico e mental.(Sanchez-Barcelo EJ, 2017).

O sono tem quatro fases, e cada uma delas é responsável por uma atividade diferente, seja a liberação de hormônios, ou seja a consolidação da memória e do aprendizado.

Por isso, dormir bem e sem interrupções é tão importante, já que, sempre que uma pessoa acorda durante a noite, volta ao estágio inicial de sono. E isso pode interferir em alguns processos que só ocorrem na fase mais profunda: a REM, a mais difícil de alcançar, mas é nessa fase que o corpo consegue realmente relaxar e na qual a taxa de renovação cerebral é maior.

Na fase 1: abrange 10% da noite, é a transição entre a vigília e o sono. Quando escurece, ocorre a liberação de melatonina, que induz a sonolência.

A fase 2: abrange 45% da noite, fase que diminui o ritmo cardíaco e respiratório, os músculos relaxam e a temperatura corporal abaixa, há liberação de serotonina e dopamina.

Na fase 3: o tônus muscular vai diminuindo progressivamente, ficamos com o sono profundo.

Fase 4: fase mais profunda do sono. Ocorrem os picos de liberação de GH (hormônio do crescimento) e a leptina (hormônio que controla o apetite). Cortisol também começa a ser liberado até atingir seu pico no início da manhã.

Após o estágio 4, a pessoa passa novamente pelos estágios 3 e 2 e entra então no sono REM.

Na fase REM, a maioria dos sonhos ocorre, em que os olhos se movimentam rapidamente e há máximo relaxamento muscular e intensa atividade cerebral. A temperatura e as frequências respiratória e cardíaca voltam a aumentar. É neste momento que o que aprendemos durante o dia é processado e armazenado. Embora não resulte em um descanso profundo, é essencial para a recuperação emocional. Humor, criatividade, atenção, memória e equilíbrio estão ligados a ele.

Os hormônios do corpo humano são os agentes responsáveis por acordarmos, dormirmos, ficarmos felizes ou tristes, dentre inúmeras outras funções. De manhã, com o nascer do sol, o cérebro libera o hormônio cortisol, avisando que está na hora de despertar e realizar as atividades do dia. Com o passar do tempo, até chegar ao pôr do sol, os níveis de cortisol no sangue vão abaixando, e os de melatonina, aumentando. (Neurochirurgie, 2015).

Se diariamente, cronicamente não dormimos bem, deixamos de produzir estes hormônios e neurotransmissores, em quantidade satisfatória e passamos a produzir outro hormônio, a grelina, hormônio que dispara a sensação de fome. Dessa forma, buscam-se refeições mais rápidas e calóricas, (comfort food), elevando a tendência à obesidade, que, como se sabe, aumenta a resistência à insulina, mecanismo diretamente ligado ao diabetes do tipo 2 (Sternthal, 2015). E além do que, em uma noite mal dormida, elevamos os níveis de cortisol, dificultando ainda mais o controle glicêmico dos que já são diabéticos, pois seu papel principal é auxiliar o organismo humano a ter maior controle sobre o estresse, diminuir inflamações, ajudar no sistema imunológico. Um elevado índice de cortisol no corpo pode causar a diminuição da testosterona, perda de massa muscular, ganho de peso. Outros problemas ocasionados por índices altos de cortisol são dificuldades na aprendizagem, falhas na memória, pouco crescimento, micção frequente, sede excessiva, perda da libido e irregularidade na menstruação.

Não há dúvidas, portanto, da importância de preservar hábitos saudáveis de sono. Manter um horário rotineiro para ir à cama e evitar aparelhos eletrônicos nesse ambiente ou próximo a esse horário são algumas das medidas que podem ajudar a regularizar o sono.


Autora: Dra. Melissa Senedin. Mestra em Biotecnologia em Saúde, ênfase em Harmonização Hormonal na Odontologia.

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