A ação dos hormônios para o movimento

Guilherme Costa      terça-feira, 8 de outubro de 2019

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Os hormônios são transportados pelo sangue até células-alvo específicas, que possuem receptores preparados, e controlam a atividade do tecido de destino. Portanto, os hormônios se distanciam das células que os produzem e afetam especificamente as atividades de outras células e órgãos.

Normalmente, cada célula contém entre 2 mil e 10 mil receptores. A combinação de um hormônio ligado ao seu receptor é denominada, como o nome indica, complexo hormônio-receptor.

A maioria dos processos fisiológicos do corpo humano tem participação dos hormônios, que desempenham papel fundamental para qualquer ação que compõe o desempenho esportivo.

Existem duas categorias diferentes de hormônios. Os esteroides possuem estrutura química similar à do colesterol – a maioria deriva exatamente do colesterol – e são lipossolúveis. Assim, difundem-se facilmente nas membranas celulares.

Os complexos hormônio-receptores esteroides penetram no núcleo, ligam-se a uma parte do DNA da célula e ativam determinados genes. Esse processo é chamado de ativação genética direta, e a resposta a isso é a síntese proteica a partir do RNAm.

O outro tipo de hormônio é não-esteroide, que não é lipossolúvel e tem dificuldade para atravessar as membranas celulares. Essas substâncias podem ser divididas entre as proteicas (ou peptidicas) e as derivadas de aminoácidos. Os dois hormônios da tireoide (tiroxina e triiodotironina) são oriundos de aminoácidos e os outros não-esteroides são proteicos.

Como os hormônios não-esteroides não conseguem atravessar a membrana celular, eles reagem a receptores localizados fora da célula. Uma molécula de hormônio liga-se a seu receptor e forma um segundo mensageiro intracelular – um exemplo disso é a adenosina monofosfato cíclico (AMP cíclico).

Nesse caso, a fixação do hormônio ao receptor específico da membrana ativa uma enzima chamada adenilato ciclase, localizada no interior dessa membrana, que catalisa a formação de AMP cíclico a partir de ATP celular. As respostas fisiológicas produzidas incluem ativação de enzimas celulares, alteração da permeabilidade da membrana, promoção da síntese proteica, alteração do metabolismo celular e estimulação de secreções celulares.

Cada hormônio é, em geral, altamente específico para um tipo de receptor e se liga somente a essa categoria. Existem vários mecanismos que propiciam esse contato e fazem com que os hormônios controlem a ação das células, e a interação com os receptores é a única forma de ação dessas substâncias.

Os hormônios são liberados através de explosões relativamente breves, de modo que as concentrações plasmáticas de hormônios específicos flutuam durante curtos períodos de tempo – menos de uma hora – ou espaços mais longos, com ciclos diários e até mensais.

A maioria da secreção hormonal é regulada por um sistema de retroalimentação negativa. A secreção de um hormônio produz alterações no corpo e essas alterações inibem a produção de mais hormônios.

A retroalimentação negativa é o principal mecanismo para o sistema endócrino manter a homeostasia. Quando a concentração de glicose é elevada, por exemplo, o pâncreas libera insulina. A insulina aumenta a captação celular de glicose, reduzindo sua concentração plasmática. Se a concentração plasmática chega ao normal, a liberação de insulina é inibida até a concentração plasmática de glicose aumentar novamente.

De maneiras diferentes, os hormônios possuem uma série de respostas endócrinas ao exercício físico. Esses resultados oscilam do aumento da produção de glicose sanguínea à diminuição do estímulo para a utilização da glicose, e essa mudança de perfil depende do hormônio utilizado.

Bibliografia

NÓBREGA, F. Distúrbios da nutrição. Editora Revinter, 1998.
CAMPBELL, Mary K. Bioquímica. Editora Artmed, 2001.
PRATT, Charlotte; VOET, Donald & VOET, Judith. Fundamentos de bioquímica. Editora Artmed, 2000.


Autor: Guilherme Costa

Fonte: https://universidadedofutebol.com.br/a-acao-dos-hormonios-para-o-movimento/

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